“... os verdadeiros cristãos... não interferem no que os outros fazem no que diz respeito a participarem em cerimônias patrióticas, servirem nas forças armadas, unirem-se a partidos políticos, buscarem um cargo político ou votarem. Mas eles próprios adoram unicamente a Jeová, o Deus da Bíblia; dedicaram a vida sem reserva a ele e dão pleno apoio a Seu Reino.”(Raciocínios à base das Escrituras, p. 260-261, 1985.)
O corpo governante ensina que a Bíblia diz que os cristãos não devem se envolver na política, cita trechos como Jo 17:16; 6:15; 18:36; Tg 4:4 e outros que trazem o diabo como príncipe deste mundo Jo 14:30; 16:11; deus deste mundo 2 Co 4:4
Argumento Histórico do Corpo Governante:
livro Raciocínios 69-70
Os Conhecidos Como Primitivos Cristãos. Os primitivos cristãos negavam-se a servir no exército romano, tanto nas legiões como na auxilia, considerando tal serviço totalmente incompatível com os ensinos do cristianismo.
Diz Justino, o Mártir, do segundo século EC, no seu “Diálogo com o Judeu Trífon” (CX): “Nós, que estávamos cheios de guerra, e de matança mútua, e de toda iniqüidade, transformamos cada um de nós, em toda a terra, as nossas armas guerreiras, — as nossas espadas em relhas de arado, e as nossas lanças em implementos de lavoura.” (The Ante-Nicene Fathers [Os Pais Antenicenos], Vol. I, p. 254)
No seu tratado “A Grinalda, ou De Corona” (XI), ao considerar “se a guerra é mesmo apropriada para os cristãos”, Tertuliano (c. 200 EC) argumentou à base das Escrituras a ilegalidade até mesmo da própria vida militar, concluindo: “Proscrevo para nós a vida militar.” — The Ante-Nicene Fathers, 1957, Vol. III, pp. 99, 100.
“Uma cuidadosa análise de toda a informação disponível mostra que, até o tempo de Marco Aurélio [121-180 EC], nenhum cristão tornou-se soldado; e nenhum soldado, depois de tornar-se cristão, permanecia no serviço militar.” (The Rise of Christianity [A Ascensão do Cristianismo], de E. W. Barnes, 1947, p. 333) “Ver-se-á logo que a evidência da existência de um único soldado cristão entre 60 e cerca de 165 A.D. é extremamente insignificante; . . . até o reinado de Marco Aurélio, pelo menos, nenhum cristão se tornava soldado após seu batismo.” (The Early Church and the World [A Igreja Primitiva e o Mundo], de C. J. Cadoux, 1955, pp. 275, 276)
“No segundo século, o cristianismo . . . tinha afirmado a incompatibilidade do serviço militar com o cristianismo.” (A Short History of Rome [Breve História de Roma], de G. Ferrero e C. Barbagallo, 1919, p. 382)
“O comportamento dos cristãos era muito diferente daquele dos romanos. . . . Visto que Cristo havia pregado a paz, recusavam-se a tornar-se soldados.” (Our World Through the Ages [Nosso Mundo no Decurso das Eras], de N. Platt e M. J. Drummond, 1961, p. 125) “Os primitivos cristãos pensavam ser errado lutar, e não serviam no exército mesmo quando o Império precisava de soldados.” (The New World’s Foundations in the Old [Os Alicerces do Novo Mundo se Acham no Antigo], de R. e W. M. West, 1929, p. 131)
“Os cristãos . . . evitavam cargos públicos e o serviço militar.” (“Perseguição dos Cristãos na Gália, A.D. 177”, de F. P. G. Guizot, em The Great Events by Famous Historians [Os Grandes Eventos Contados por Historiadores Famosos], editado por R. Johnson, 1905, Vol. III, p. 246)
“Ao passo que eles [os cristãos] inculcavam as máximas da obediência passiva, recusavam-se a tomar qualquer parte ativa na administração civil ou na defesa militar do império. . . . Era impossível que os cristãos, sem renunciarem a um dever mais sagrado, pudessem assumir o caráter de soldados, de magistrados ou de príncipes.” — The Decline and Fall of the Roman Empire (O Declínio e a Queda do Império Romano), de Edward Gibbon, Vol. I, p. 416.
Refutação Histórica:
Algumas das citações cima na verdade são imprecisas, pois:
1-não menciona por exemplo o fato de Tertuliano achar normal a presença de cristãos no exército e depois mudar de opinião!!
2-alguns cristãos de fato recusavam-se a se tornar soldados e não todos. Tertuliano e Orígenes eram casos isolados de pais da igreja.
3- não se tem evidencia alguma que os crsitãos abandonavam o exercito. Essas fontes contradizem outras abaixo e contrariam os textos do Novo testamento:
"Foi apenas posteriormente ao primeiro século da nossa era que os homens tais como Tertuliano e Orígenes mantiveram que a profissão de armas e a fé cristã eram incompatíveis (DAC, II, 656)" (O Novo Dicionário da Bíblia, edição em 1 volume , Editora Vida Nova,p. 687)
"O serviço militar nunca é uma coisa que é condenada em si mesma no Novo Testamento...Quando os soldados vieram até João Batista, este não ordenou a abandonarem a sua profissão. Pelo contrário disse: A ninguém maltrateis, não deis denúncia falsa, e contentai-vos com o vosso soldo Lc 3:14" (Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, Editora Vida Nova, p.937)
“Tertuliano[160-220] escrevendo (Apologia 42) no fim do séc. II, assinala a presença dos cristãos na vida social: ‘Nós cristãos, não vivemos à margem do mundo; freqüentamos, como, vós, o forum, os banhos, as oficinas, as lojas, os mercados, as praças públicas; nós exercemos a profissão de marinheiro, soldado, agricultor, comerciante; nós colocamos a vosso serviço nosso trabalho e nossa indústria”
“Eusébio [264-340] narra-nos que, no início da perseguição de Diocleciano [reinou de 284-305], uma pequena cidade da Frígia era toda cristã, inclusive toda a magistratura municipal...
De Séptímio Severo[193-211] a Diocleciano, encontramos, freqüentemente, cristãos exercendo cargos no palácio imperial.
Segundo Eusébio, personagens importantes da corte de Diocleciano e membros da alta magistratura eram cristãos e, por um ato de boa vontade imperial, estavam dispensados da assistência às cerimônias pagãs...
Os numerosos soldados mártires da época pré-constantiniana atestam que, de um modo geral, a profissão militar não foi considerada incompatível com a religião cristã....É verdade que Tertuliano (De Corona militis e De Idolatria), anos depois de observar com entusiasmo que os cristãos exerciam a profissão de soldado, pregou a incompatibilidade entre o serviço militar e o Cristianismo, Orígenes escreveu também no mesmo sentido. Embora tais considerações tivessem tido certa repercussão entre numerosos espíritos, a maioria de cristãos continuou a considerar lícita a carreira militar. Tertuliano e Orígenes representavam uma corrente isolada e não o pensamento coletivo e dominante da igreja,...
O bom senso popular resistiu a essas teorias ou as ignorou, pois os cristãos continuaram, mais ou menos numerosos, a servir nos exércitos e outros pensadores cristãos ilustres, como Clemente de Alexandria, o próprio mestre de Orígenes, sancionaram explicitamente a compatibilidade da profissão do Cristianismo com a profissão militar e com todas as outras,..
.Os soldados cristãos eram numerosos na época da perseguição de Décio[reinou de 249-251] e Valeriano[reinou de 253-260]. No período de paz inaugurado por Galeno esse número aumentou consideravelmente.
E na época da tetrarquia, contavam-se inúmeros soldados cristãos nas forças armadas dos quatro imperadores. ‘Não somente Diocleciano [284-305] e Constâncio, favoráveis à sua religião, mas Maximiano Hércules e Galério, aceitavam sua presença, não lhes exigindo ato algum de idolatria.’ Lembremos que a perseguição inspirada por Galério começou com a eliminação dos soldados cristãos.” ( História de Roma, 1981, Ed. Vozes p. 359-361)
Quanto a citação de Justino Mártir ele simplesmente está mostrando que quando um crsitão se converte ele abandona a violencia!!! A citação em si não prova que ele era contra o serviço militar
Refutação Bíblica.
- A Bíblia realmente ensina que a humanidade “está sob o poder do malígno” I Jo 5:10 NVI, pois vivem sob o pecado Jo 8:34-44; contudo os cristãos autênticos não estão mais sob o poder de Satanás Ef 2:1-8; I Jo 5:18.
- Satanás só atua naqueles que não se converteram, portanto não é incompatível um cristão ser político ou votar, antes a Bíblia ensina a orarmos por aqueles que estão investidos de autoridade 2 Tm 2:1-2 “para que tenhamos uma vida tranqüila e pacífica, com toda piedade e dignidade”, no verso seguinte Paulo diz que para que isto aconteça, tais “homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” NVI .
- José era primeiro ministro no Egito Gn 41:41-44 e também Daniel no império Babilônico Dn 2:48; 5:29 e Persa Dn 6:2 exerceu cargos políticos sem se corromper.
- Não se vê na Bíblia nenhuma ordem dada à pessoas ligadas à política [cargos públicos], ou à polícia no sentido de abandonarem seus cargos: Lc 3:12-14; At 10:34-36; 16:31-36; Mt 8:5-13; Rm 16:23; Fl 4:22; Lc1:3 [o pronome ‘excelentíssimo’ era usado para autoridades superiores At 23:26; 24:3; 26:25].
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